UMA SEMANA QUE DURA NOVE DÉCADAS
Bom, a Semana de Arte Moderna não foi exatamente isso, apesar de tal explicação constar em diversos livros de história. Naquelas três noites de fevereiro de 1922, o Teatro Municipal de São Paulo recebeu não uma novidade – o moderno, o futurista no campo das artes, como marchetado por alguns jornais da época –, mas sim o eclodir de um processo já em curso havia tempo. E não foi apenas São Paulo o berço do modernismo: o Rio de Janeiro de Villa-Lobos e o Recife de Manuel Bandeira tiveram suas participações, por exemplo.
Na época da política do café com leite, o Brasil se encontrava diante de uma explosão industrial e urbanística. Rio de Janeiro ainda era capital federal – e, assim, acumulava muito da vida cultural nacional –, mas mineiros e paulistas eram os donos do dinheiro. Eles queriam trazer para São Paulo a efervescência artística, mas sem precisar recorrer aos valores culturais da Europa. E foram estes homens ricos que financiaram a Semana, que contou com artistas de diversas partes do país e, inclusive, de outros países.
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